quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


Bebida alcoólica com antibiótico: pode?
Afinal, como ocorre a interação entre bebidas alcoólicas e remédios?

Ao ser ingerido, todo antibiótico deve viajar pela corrente sanguínea até o seu local de ação. Após este trajeto e com o passar do tempo, o efeito da droga diminui na medida em que ela vai sendo metabolizada por enzimas e eliminada do organismo.

De modo semelhante, o álcool também é transportado pela corrente sanguínea, agindo sobre o cérebro e causando intoxicação, até ser finalmente metabolizado e eliminado do corpo - uma tarefa que cabe especialmente ao fígado.

O álcool pode influenciar a eficácia de um remédio ao alterar sua disponibilidade. As interações mais típicas incluem:

Primeiro, uma dose aguda de álcool pode inibir o processamento do antimicrobiano, competindo pelas mesmas enzimas metabolizantes. Esta interação prolonga e intensifica e disponibilidade da droga, aumentando o risco de efeitos colaterais.

Segundo, a ingestão crônica ou prolongada de álcool pode aumentar a atividade enzimática, diminuindo a disponibilidade e os efeitos do medicamento. Uma vez ativadas, estas enzimas podem permanecer em ação mesmo durante a abstinência de álcool, afetando o metabolismo de certos remédios por várias semanas.

Ao parar de beber, uma pessoa que possui o hábito de consumir bebidas alcoólicas de modo intenso e crônico pode necessitar de doses maiores de medicamentos para obter os mesmos efeitos terapêuticos observados em pessoas que não bebem.

As enzimas ativadas pelo consumo crônico de álcool transformam alguns medicamentos em substâncias químicas tóxicas que podem danificar o fígado e outros órgãos.

O álcool pode intensificar o efeito de sedativos e narcóticos sobre o cérebro, alterando o potencial de intoxicação desses remédios.

O álcool pode exercer uma carga extra de trabalho sobre o fígado e o sistema imunológico, além de prejudicar sua capacidade de julgamento, liberando tendências agressivas e reduzindo os níveis de energia do organismo.

Devido ao risco de reações potencialmente fatais, algumas classes de antibióticos devem realmente ser evitadas quando se está ingerindo bebidas alcoólicas, tais como Metronidazol, Tinidazol, Furazolidona, Griseofulvina, Antimaláricos (Quinacrina) e Sulfametoxazol.

Nos demais casos, em respeito ao livre arbítrio e à manutenção das centenas de empregos diretos e indiretos gerados pelos serviços funerários, ofereço as informações acima e permito que o paciente faça sua escolha.

A maioria deles termina não arriscando. Afinal, fim de ano tem todo ano. Saúde, meu amigo, minha amiga, nem todo ano tem.

Veja a materia completa em:
( http://br.noticias.yahoo.com/s/07012010/48/saude-bebida-alcoolica-antibiotico.html )


*Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor e palestrante. Autor de, entre outros livros, "Para Além da Juventude - Guia para uma Maturidade Saudável" (Editora Leitura). Fale com ele pelo e-mail aloiola@brpress.net